A passagem para outra vida...
A certeza da vida futura não exclui as apreensões quanto à passagem desta para a outra vida.
Há muita gente que teme não a morte, em si, mas o momento da transição. Sofremos ou não nessa passagem? Por isso se inquietam, e com razão, visto que ninguém foge à lei fatal dessa transição.
Podemos dispensar-nos de uma viagem neste mundo, menos essa. Ricos e pobres, devem todos fazê-la, e,
se for dolorosa a franquia, nem posição nem fortuna poderiam suavizá-la.
Vendo-se a calma de alguns moribundos e as convulsões terríveis de outros, pode-se previamente
julgar que as sensações experimentadas nem sempre são as mesmas.
Quem poderá no entanto esclarecer-nos a tal respeito? Quem nos descreverá o fenômeno fisiológico da separação entre a alma e o corpo? Quem nos contará as impressões desse instante supremo quando a Ciência e a Religião se calam?
E calam-se porque lhes falta o conhecimento das leis que regem as relações do Espírito e da matéria,
parando uma nos umbrais da vida espiritual e a outra nos da vida material.
O Espiritismo é o traço de união entre as duas, e só ele pode dizer-nos como se opera a transição, quer pelas noções mais positivas da natureza da alma, quer pela descrição dos que deixaram este mundo. O conhecimento do laço fluídico que une a alma ao corpo é a chave desse e de muitos outros fenômenos.
**Livro: O Céu e o Inferno- Allan Kardec
Fonte: Reformador – março, 1966 –
Responsável pela transcrição: Wadi Ibrahim**
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