segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Divaldo Pereira.Franco Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Amigo Ingrato

Causa-te surpresa o fato de ser o teu acusador 
de agora, o amigo aturdido de ontem, que um 
dia pediu-te abrigo ao coração gentil e ora não 
te concede ensejo, sequer, para esclarecimentos.
Despertas, espantado, ante a relação de impiedosas
queixas que guardava de ti, ele que recebeu, dos
teus lábios e da tua paciência, as excelentes
lições de bondade e de sabedoria, com as
quais cresceu emocional e culturalmente.
Percebes, acabrunhado, que as tuas palavras foram,
pelo teu amigo, transformadas em relhos com
os quais, neste momento, te rasga as carnes
da alma, ele, que sempre se refugiou no teu
conforto moral. Reprocha-te a conduta, o
companheiro que recebeste com carinho,
sustentando-lhe a fragilidade e contornando as
suas reações de temperamento agressivo.
Tornou-se, de um para outro momento, dono da
verdade e chama-te mentiroso.
Ofereceste-lhe licor estimulante e recebes
vinagre de volta. Doaste-lhe coragem para a luta,
e retribui-te com o desânimo para que fracasses.
Ele pretende as estrelas e empurra-te para o pântano.
Repleta-se de amor e descarrega bílis na tua memória, ameaçando-te sem palavras.
Não te desalentes!
O mundo é impermanente.
O afeto de hoje torna-se o adversário de amanhã.
As mãos que perfumas e beijas, serão, talvez,
as que te esbofetearão, carregadas de urze.
Há mais crucificadores do que solidários
na via de redenção.
Esquecem-se, os homens, do bem recebido,
transformando-se em cobradores cruéis,
sem possuírem qualquer crédito.
Talvez o teu amigo te inveje a paz, a irrestrita
confiança em Deus, e, por isto, quer
perturbar-te. Persevera, tranqüilo!
Ele e isto, esta provação, passarão logo,
menos o que és, o que faças.
Se erraste, e ele te azorraga, alegra-te,
e resgata o teu equívoco.
Se estás inocente, credita-lhe as tuas dores atuais,
que te aprimoram e te aproximam de Deus.
Não lhe guardes rancor.
Recorda que foi um amigo, quem traiu e acusou
Jesus; outro amigo negou-O, três vezes consecutivas,
e os demais amigos fugiram Dele.
Quase todos O abandonaram e O censuraram,
tributando-Lhe a responsabilidade pelo medo e
pelas dores que passaram a experimentar. Todavia,
Ele não os censurou, não os abandonou e voltou
a buscá-los, inspirá-los e conduzi-los de volta
ao reino de Deus, por amá-los em demasia.
Assim, não te permitas afligir, nem perturbar
pelas acusações do teu amigo, que está enfermo
e não sabe, porque a ingratidão, a impiedade e a
indiferença são psicopatologias muito graves
no organismo social e humano da
Terra dos nossos dias. 

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