terça-feira, 30 de outubro de 2012

Luis Henrique Lima




COMPROMISSO MEDIÚNICO

Numa das perguntas mais frequentes ouvidas no centros espirítas sobre por que ter que exercer a mediunidade, cito texto na integra do livro de André Luiz, Num Mundo maior:

COMPROMISSO MEDIÚNICO

....Livro Num mundo Maior,por André Luiz,pág 120... – Buscando símbolo mais singelo, figuremos o médium como sendo uma ponte a ligar duas esferas, entre as quais se estabeleceu aparente solução de continuidade, em virtude da diferenciação da matéria no campo vibratório. Para ser instrumento relativamente exato, é-lhe imprescindível haver aprendido a ceder e nem todos os artífices da oficina mediúnica realizam, a breve trecho, tal aquisição, que reclama devoção à felicidade do próximo, elevada compreensão do bem coletivo, avançado espírito de concurso fraterno e de serena superioridade nos atritos com a opinião alheio. Para conseguir edificação dessa natureza, faz-se mister o refúgio frequente à moradia dos princípios superiores. A mente do servidor há de fixar-se nas zonas mais altas do ser, onde aprenderá o valor das concepções sublimes, renovando-se e quintessenciando-se para constituir elemento padrão dos que lhe seguem a trajetória. O homem, para auxiliar o presente, é obrigado a viver no futuro da raça. A vanguarda impõe-lhe a solidão e a incompreensão ,por vezes dolorosas; todavia, essa condição representa artigo da Lei que nos estatui adquirir para podermos dar. Ninguém pode ensinar caminhos que não haja percorrido. Nasce daí,em se tratando da mediunidade edificante, a necessidade de fixação das energias instrumentais no santuário mais alto da personalidade. Fenômenos – não lhes importa a natureza – é forçoso reconhecer que assediam a criatura em toda parte. A ciência legítima é a conquista gradual das forças e operações da Natureza ,que se mantinham ocultas à nossa acanhada apreensão. E como somos filhos do Deus Revelador, infinito em grandeza, é de esperartenhamos sempre à frente ilimitados campos de observação,cujas portas se abrirão ao nosso desejo de conhecimento, à maneira que engrandeçam nossos títulos meritórios. Por isto, André, consideramos que a mediunidade mais estável e mais bela começa,entre os homens, no império da intuição pura. Moisés desempenhou sua tarefa, compelido pelas expressões fenomênicas que o cercavam; recebe, sob incoercível comoção, os sublimes princípios do Decálogo, sentindo defrontar-se com figuras e vozes materializadas do plano espiritual; entretanto, ao mesmo tempo em que transmite o “não matarás”, não parece muito inclinado ao inquebrantável respeito pela vida alheia; sua doutrina, venerável embora, baseia-se no exclusivismo e no temor. Com Jesus, o aspecto da mediunidade é diferente. Mantém-se o Mestre em permanente contacto com o Pai, através da própria consciência ,do próprio coração; transmite aos homens a Revelação Divina,vivendo-a em si mesmo; não reclama justiça, nem pede compreensão imediata; ama as criaturas e serve-as, mantendo-se unido a Deus. Em razão disto, a Boa-Nova é mensagem de confiança e de amor universal. Vemos, pois, dois tipos de medianeiros do próprio Céu, eminentemente diversos, mostrando qual o padrão desejável.No mediunismo comum, portanto, o colaborador servirá com a matéria mental que lhe é própria, sofrendo-lhe as imprecisões naturais diante da investigação terrestre; e, após adaptar-se aos imperativos mais nobres da renúncia pessoal, edificará, não de improviso, mas à custa de trabalho incessante, o templo interiorde serviço, no qual reconhecerá a superioridade do programa divino acima de seus caprichos humanos. Atingida essa realização,estará preparado para sintonizar-se com o maior número de desencarnados e encarnados, oferecendo-lhes, como a ponte benfeitora,oportunidade de se encontrarem uns com os outros, na posição evolutiva em que permaneçam, através de entendimentos construtivos. Devo dizer-te que não cogitamos aqui de faculdades acidentais, que aparecem e desaparecem entre candidatos ao serviço, sem espírito de ordem e de disciplina, verdadeiros balões de ensaio para os vôos do porvir; referimo-nos à mediunidade aceita pelo cooperador e mobilizável em qualquer situação para o bem geral. Comentando atividades e tarefas, devemos salientar os padrões que lhes digam respeito e este é o característico da instrumentalidade espiritual nas esferas superiores. Logicamente, é impossível alcançá-lo de vez; toda obra impõe começo.Como revelasse nos olhos a indomável comoção que se apossara de mim ante os conceitos ouvidos, o Assistente modificou a inflexão da voz e tranquilizou-me:– Reportando-nos ainda ao Cristo, importa-nos reconhecer que o Mestre viveu insulado no monte divino da consciência ,abrindo caminho aos vales humanos. Claro está que nenhum de nós abriga a pretensão de copiar Jesus; contudo, precisamos inspirar-nos em suas lições.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário