segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Luis Henrique Lima




UMA OUTRA VIDA

Para os que crêem em Deus, a morte não traz agonia nem os pavores da finalidade física. Esperemo-la, sempre, como remédio positivo e indispensável aos males do Espírito. Fomos criados para uma outra vida, que não esta compartilhada pelo nosso atraso espiritual, e que encerra o grande capítulo desse ser divino, que palpita dentro do corpo, e cujas aspirações ultrapassam todas a
s concepções humanas.

A morte é a vida e a vida é a Eternidade. O Espírito, essa inteligência sempre insaciável que anima a vida da matéria, volve ileso ao Infinito, onde se torna lúcido e recobra as suas faculdades superiores. Pelas reencarnações, a alma vem haurindo sempre novos conhecimentos; e nas lutas se fortifica e se depura. Existimos desde eras que se perdem na noite dos séculos, e nosso Espírito existirá através da Eternidade, embora não nos encontremos nos mesmos corpos, não nos reconheçamos nos físicos diferentes que formam a série das nossas reencarnações na Terra, uma vez que os órgãos grosseiros da matéria vedam o império da imaginação; quando, porém, criarmos novas faculdades, ainda desconhecidas nos mundos de expiação, transportar-nos-emos ao passado e ao futuro, nosso cérebro refletirá todas as imagens do maravilhoso mundo oculto. Nosso pensamento dominará, vencerá, tornar-se-á fonte fecundante nos domínios da sabedoria e do amor. Seremos uns deuses, quando buscarmos Deus, o Criador, pelo amor, pela caridade, pela ciência e pela pureza.

No entanto, há ainda quem chore uma alma que se liberta do calabouço do corpo, quando essa pobre alma se arrastava cheia de enfermidades e corrompida de impuros sentimentos; há ainda quem substitua o amor pelo ódio, o perdão pela vingança, a caridade pelo egoísmo, a humildade pelo orgulho, a sinceridade pela hipocrisia. A morte é uma certeira foice, que vem ceifando todas essas anomalias que formam a ordem social. Com esses sentimentos inferiores, é impossível compreender os mistérios da grande verdade e desvendar os desígnios de Deus, para nos integrarmos na Espiritualidade.

(Trecho da obra mediúnica "O beijo da morta"; médium Celestina Arruda Lanza)

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