quarta-feira, 13 de agosto de 2014

André Ariovaldo





Ninguém nasce médium ou desenvolve esta faculdade para pagar dívidas do seu passado, pois a mediunidade nos foi dada como utilidade pública, servindo mensagens que possam esclarecer e fazer avançar nossa humanidade. Acreditar que o médium é dotado de faculdades extras porque errou no passado é desconhecer o assunto e tratá-lo com estupidez e ausência de maturidade.

A mediunidade é recurso divino, cedido aos seres humanos como uma ponte de comunicação entre as dimensões existenciais. Sua finalidade é esclarecer e consolar, permitindo que os Espíritos libertos do corpo nos visitem, como visitamos aqueles que se encontram encarcerados, trazendo-nos notícias da vida maior e com elas, esperanças e aprendizados que nos elevam, seja pelos exemplos das realidades encaradas por alguns após o desligamento da vida física ou através das elucidações científicas, filosóficas e morais que nos são ditadas.

A experiência mediúnica está sempre livre de rituais e comportamentos místicos; independe de credo, raça, vestes e amuletos; acontece em qualquer momento, em qualquer local, pois não precisa de contextos materiais específicos, uma vez que, seja qual for o método de comunicação utilizado pelo espírito, sempre se dará pensamento a pensamento.

Enquanto estas ideias punitivas desfilarem pelo nosso movimento espiritista, a mediunidade será amesquinhada e continuará sendo utilizada como terapia, ao invés de ferramenta de auxílio e evolução da humanidade, pois as pessoas estão associando mediunidade a sofrimento, acreditando que precisam exercê-la para pagarem as dívidas do passado e livrarem-se delas e dos sofrimentos por elas proporcionadas.

Acreditam que estão sofrendo por serem médiuns; que os tormentos da vida cotidiana existem porque tem mediunidade e precisam desenvolvê-la ou trabalhá-la, com o risco de serem punidas se fizerem o contrário, buscando a atividade mediúnica por medo de sofrer e não pelo desejo de ajudar e ser útil.

A mediunidade é luz em nosso caminho e não chicote em nossas costas.

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