domingo, 21 de novembro de 2010

Experiências da Quase Morte

Experiências da Quase Morte

por André Shataloff

Dentre os diversos fenómenos participantes do repertório intrigante, da vã filosofia humana, a Experiência da Quase Morte, vem por chamar a atenção dos mais cépticos. O principal efeito é a mudança quase sempre apontada ao indivíduo pós impactos destas vivências.

Um dos eventos mais longínquos registado sobre o assunto é o de Platão ao narrar a história do soldado Er, um Armênio tido por morto em combate. Quando foi feita a recolha dos corpos já em decomposição, após dez dias do acontecido, o seu corpo, parecia estar em bom estado e foi levado para casa a fim de ser sepultado. O inesperado ocorreu ao 12º dia, sobre a pira, ele acordou e narrou o que vira no Além.

Ao mesmo modo de Platão, outros relatos chamaram a atenção, mas devido ao materialismo e a crendices da ciência convencional, a exemplo da tentativa de achar todas as respostas da humanidade na biologia humana é controvertido, e acaba por não explicar os factos registados na história.

A EQM – Experiência da Quase-Morte, também conhecida de Near-Death and Experiences (NDEs), é uma experiência quase sempre traumática, decorrente de casos clínicos terminais, ou acidentes. A principal repercussão é a saída fora do corpo forçada pela quase falência do veículo biológico da consciência, ao qual é muitas vezes admitida e registada a morte do indivíduo, cujo percurso é alterado através da súbita reanimação e das claras lembranças chocantes.

Actualmente podemos estudar três pesquisadores importantes na temática. São eles em ordem cronológica de edição de trabalhos e seus livros mais relevantes:

1. Dr.Raymond A. Moody. Life After Life: The Investigation of a Phenomenon—Survival of Bodily Death, 1975;

2. Kenneth Ring e Sharon Cooper. Mindsight – Near-Death and Out-of-Body Experiences in the Blind, 1999;

3. Lucy Lutfi. Voltei para Contar – Autobiografia de uma Experimentadora da Quase-Morte, 2006.

Ao analisar o trabalho destes pesquisadores o primeiro o Dr. Raymond, um psiquiatra renomado, lançou seu trabalho após anos de pesquisa ao acumular 150 casos de pessoas que passaram pela Experiência da Quase-Morte (EQM). Ele percebeu casos, factos de personalidades cuja somatória de detalhes e efeitos após a lembrança de suas vivências, acabaram por mudar suas vidas.

Um caso do Autor virou filme em Hollywood, intitulado: Saved by the light. Tradução em português, Salvo pela Luz. Conta um caso de um filho de talhante, com uma vida tumultuada pelo temperamento ruim. Indispondo com todos, só a fazer discórdia, bem egoísta. Em certa altura, recebe uma descarga eléctrica e passa um período em estado de coma.

Ao acordar, relatou uma experiência de estar acompanhado desde o momento do choque e se ver inanimado no chão, percebendo o atendimento dos parentes e da equipa de resgate. Viu a tentativa de ser reanimado pelos médicos sem obterem resultado, atestando a sua morte ao registar o horário.

Naquele contexto a personalidade acompanhante era um amparador, não identificado e começou a mostrar-lhe sua história desde o início da vida, reavendo seus pontos de insucesso, falhas, temperamento agressivo. Mostrou as consequências e o ponto de vista das vítimas a seu respeito.

Isto gerou nele arrependimento, vontade de mudar. Solicitou nova oportunidade, e logo acabou por voltar ao seu corpo sendo observado ainda vivo no corredor do hospital por enfermeiro ao ver sua respiração sob o tecido branco disposto sobre seu rosto.
Algumas características mapeadas no fenómeno ao sintetizar seus casos:

- Sensação de bem-estar fora do corpo, não sentindo mais a dor presente;

- A impressão clara de leveza e estar definitivamente fora-do-corpo, observar conversas nos bastidores e até mesmo em salas reservadas à distância do corpo físico, memorizando até mesmo procedimentos cirúrgicos;

- Flutuação através de um ambiente escuro, dando a impressão de passar por um túnel;

- Serem atraídos por uma luz dourada;

- Identificar pessoas benfazejas, às vezes parentes para o confortar e encorajar durante a vivência;

- Ter a visão da sua vida como um filme particular cheio de detalhes, conhecido por Visão Panorâmica. Ocorrendo segundo a cronologia, do início da vida até o período actual ou em alguns casos o inverso;

- Visualização de um outro lugar, com pessoas bem-dispostas, para deixar uma boa impressão da vida após a morte, ou melhor segundo Dr. Raymond, da Vida após a Vida.

No trabalho de Kenneth e Sharon, a sua relevância é trazer casos de Deficientes visuais, não videntes, em terem experiências da quase-morte.

O Professor Kenneth, já em 1982 teria escrito o livro Life at Death, é professor emérito de psicologia na Universidade de Connecticut, editor fundador do Journal of Near-Death Studies, foi co-fundador e ex-presidente da International Association for Near-Death Studies (IANDS).

Dentre diversas pesquisas de EQM, alguns factores demonstram imenso valor dentre os quais pesquisas com crianças e deficientes visuais – não videntes.

No primeiro caso, as crianças sem capacidade de ter imaginação elaborada e dificuldade de sustentar mentiras acabam por revelar suas experiências. Um filme a explorar o assunto é do cineasta americano Tom Shadyac, em Dragonfly, com Kevin Costner em 2002. Estes relatos já nos levam a dar seriedade ao continuar da vida após a actual existência.

No segundo caso tratado, o livro Mindsight (1999), trabalha a capacidade de não videntes a relatar a percepção visual de lugares e pessoas cuja capacidade não possuem durante a vigília, o dia-a-dia, por terem de facto deficiências visuais.

Dentre os relatos são descritos casos a exemplo de Sarah, uma deficiente visual desde o nascimento, ter visto durante um processo de tentativa de reanimação, os procedimentos de médicos, ao observar detalhes, cores, várias pessoas. Não tinha referências da infância ou outra forma imaginativa dos detalhes vistos, durante a EQM com olhos além dos humanos.

Outros casos também abordados demonstram pessoas magoadas em guerras descrevendo EQMs e também as OBE – Out of Body Experiences, saída-fora-do-corpo, muitas vezes originadas durante eventos de acidentes traumáticos.

Em seu livro Voltei para Contar (2006), a autora Lucy Lutfi, professora de Conscienciologia, em Portugal apresentado pela IAC, reproduz a sua autobiografia durante EQM.

Neste trabalho Lucy, mapeia a história do estudo da morte, iniciado lá no Egipto antigo, e acaba por trazer duas experiências de EQM. A primeira fruto de um acidente. Foi arrastada por uma onda e o seu corpo lançado às rochas, levando a uma saída do corpo forçada.


Ocorrera uma visão panorâmica de sua vida, como filme projectado em imenso ecrã, acrescido com informações de vidas anteriores. Ao passar pelo túnel encontrou uma pessoa conhecida e expressou-lhe o desejo de continuar a vida e atingir os objectivos traçados, queria continuar a viver, tinha um sentimento de missão inacabada.

Geralmente estas vivências promovem mudanças nas vidas daqueles que as experimentam, através de reciclagens íntimas, as recins, reciclagens intraconscienciais. Caso o rolo compressor do quotidiano jogue aqueles impactos da experiência ao vento, é possível sentir um sentimento de algo por fazer, a falta de algo a cumprir, um vazio.

Depois de oito anos, ao fazer uma cirurgia plástica, teve complicações e um choque alérgico devido à anestesia, seguido de parada cardíaca.

Ocorre com Lucy a segunda EQM, esteve junto ao tecto, acompanhou todo o procedimento cirúrgico e ficava a observar seu corpo sendo tratado. Ficou surpresa quando o anestesista mencionou estar morta, o monitor cardíaco indicava uma linha horizontal, apontava uma enfermeira.

Observando a tentativa de a reanimarem, teve vontade decidida em voltar ao corpo e horas depois acordou.

Esta segunda condição fê-la pesquisar a quem poderia dar explicações sobre estas vivências e assim, encontrou a Conscienciologia.

Estes pesquisadores abordados neste texto, demonstraram a importância de se pesquisar mais sobre este assunto das EQM – Experiências da Quase-Morte e os seus impactos na forma de pensar, por levar muitos a resignificar – dar novo significado a vivência humana.
André Shataloff



IAC – Contactos e informações: www.iacworld.org

 André Shataloff, graduado em Engª Mecânica e Formação Pedagogia, pós graduado em Engª de Segurança do Trabalho, mestrando em Gestão Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança, possui curso de Bioenergia na Prevenção de Acidentes. Professor e pesquisador de Projeciologia e Conscienciologia, desde 1992 e voluntário da IAC Lisboa.

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Coordenação de Conteúdos:
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