sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

História de Natal - Texto escrito por mim em 1976, com 13 anos (Manuela Reis Franklin)

Natal...
Soam risadas numa sala grande onde a família se reúne por meio de amor. Junto à lareira embrulhos despertam a curiosidade das crianças. Estrelinhas a acenderem e apagarem surgem na árvore de Natal. Meia noite e tocam os relógios. Risos, o barulho das garrafas de champanhe e de outras e o tilintar das taças, enchem a casa de amor. Crianças e adultos reúnem-se à volta da árvore desembrulhando pequenos e grandes embrulhos.

Por outro lado numa casa pequena, um minúsculo presépio mal proporcionado é admirado por uma senhora enlagada em lágrimas, no quarto da frente as crianças dormem. De repente a porta abre-se e aparece uma criança com pouco menos de cinco anos. Dirige-se para a mãe e faz-lhe uma pergunta:
- Mãezinha! Hoje é dia de Natal não é verdade? Hoje mãezinha! Há muitos meninos que recebem prendas, não é verdade?
- Sim meu filho.
- Porquê que eu e os meus irmãos e todos os meninos como nos não recebemos prendas ?
         A solidão e a amargura e a tristeza envadem-lhe o coração, e com os olhos cheios de lágrimas, com a voz tremula ela responde:
         - Meu filho, também tu, os teus irmãos e os meninos como tu terão um dia uma prenda muito grande para vocês! –  neste momento as lágrimas correm-lhe pelo rosto abaixo, agarrando o seu filho continuou – não posso dar-vos nada, não tenho nada para vos dar, apenas amor meu filho, é superior ao mais belo brinquedo do mundo. Tu meu filho ainda não compreendes.
        E tenta disfarçar a conversa
        - Vamos para a cama, já é muito tarde. Até amanhã meu filho.   
        Foi-o deitar, seguidamente deitou-se num mar de lágrimas.
           

       

Acabaste de ler um texto que num lado, no lado de lá da barreira que existia entre aquelas duas casas. Num dos lados existe tudo e constitui uma casa feliz, mas nem sempre, do outro lado não existia a fartura, mas algo superior que cobre tudo isso e perdoa tudo

O Amor

      Lembra-te que nem sempre as casas iluminadas e com fartura são as mais felizes, vale mais uma modesta casa pouco iluminada mas iluminada no Amor



Texto escrito por mim em 1976, com 13 anos.

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