sábado, 26 de abril de 2014

Professor Carlos Amaral



A DEPRESSÃO ENDÓGENA e EXÓGENA

A “Depressão Endógena” é uma denominação antiga para a depressão constitucional e biológica (endo = dentro), ou seja, que vem de dentro da pessoa. Seria a depressão que não depende, exclusivamente ou nada, da situação vivencial da pessoa, mas sim, dos elementos da personalidade. Em contrapartida teríamos a “Depressão Exógena” ou Depressão Neurótica (exo = fora) dependente das circunstâncias de vida, aparecendo como uma reação depressiva da pessoa contra a situação na qual se encontra, ou seja, que vem de fora da pessoa.

Hoje em dia não se faz essa distinção (endógena/exógena) com o mesmo entusiasmo de antigamente, entretanto, para fins culturais é bom que se tenha noção da sinonímia das depressões conforme abaixo:

Depressão Endógena / Depressão Exógena
Depressão Biológica
Depressão Constitucional
Depressão Maior
Depressão Psicótica Depressão Neurótica
Depressão Reactiva
Depressão Menor
Reação Depressiva

A depressão é uma doença do foro psíquico que deixa a pessoa num estado de tristeza e desânimo tal, que esta deixa de ter controlo sobre a sua própria vida e os seus actos. Embora as oscilações do estado de espírito (é através dele que se manifestam as emoções e os sentimentos) tenham uma margem de flutuação normal, oscilando mediante as circunstâncias que nos rodeiam, fala-se em depressão quando o sentimento de tristeza é profundo e desproporcionado em relação à situação.

A depressão, chamada também de “doença do desenvolvimento”, visto o homem nunca ter estado tão dependente de si como agora, afecta mais as mulheres (cerca de dez por cento) do que homens (cerca de seis por cento). Mas, curiosamente, são as mulheres que mais facilmente procuram a ajuda de um médico psiquiatra, enquanto nos homens existe uma maior tendência para negar a doença.

Os sintomas de depressão manifestam-se tanto de forma física como psicológica. Contudo, deve ter-se em conta que nesta doença os sintomas e a intensidade variam de pessoa para pessoa.

Entre os sintomas físicos, os mais frequentes são: esgotamento e a sensação de fadiga, falta de apetite ou excesso de apetite, dores de cabeça contínuas, problemas digestivos, cãibras musculares e taquicardia. Também podem surgir problemas dermatológicos; eczemas e perda de cabelo; e alterações sensoriais como, por exemplo, a perda de equilíbrio e tonturas.

Os sintomas psicológicos mais frequentes são a tristeza e o abatimento, os quais chegam a um ponto tal que o doente sente-se incapaz de realizar os esforços necessários para superar esta situação. Os pacientes depressivos tendem a sentir-se incompreendidos pelas pessoas que os rodeiam, vivendo a sua situação com grande angústia e ansiedade. O doente torna-se mais apreensivo e susceptível e comporta-se de forma inquieta e perturbada. Sente-se, na maioria das vezes, desgostoso por ter perdido as suas ilusões e tende a fechar-se no seu mundo muito próprio e é acometido por frequentes crises de choro.

Como prevenir:

Levar uma vida estimulante e agradável e encontrar o equilíbrio entre as fontes de prazer e de sofrimento são as atitudes que actuam de forma positiva sobre o indivíduo. Cada um deve encontrar as compensações necessárias para superar os problemas da vida.

- Aprender a dizer “não” e estabelecer limites pessoais em relação ao excesso de trabalho e sentido de responsabilidade.

- Impor uma certa disciplina no que diz respeito às actividades sociais: conhecer pessoas, comunicar, dialogar, dar afecto e recebê-lo. Numa palavra: partilhar experiências e ilusões.

- Não sentir auto-compaixão e evitar expressões do tipo; “não sou capaz” ou “não pude fazer nada”. E necessário modificar a atitude vital para “crescer” pessoalmente e não limitar esse crescimento.

- Pensar em si mesmo e tentar conhecer-se, evitando os contínuos sentimentos de culpa.

- Aprender a analisar os problemas e descobrir as suas possíveis soluções, mesmo que seja teoricamente.

Aqui ficam estas sugestões!

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