segunda-feira, 9 de maio de 2011

JESUS E O ESPÍRITO DE VERDADE


JESUS E O ESPÍRITO DE VERDADE

GERALDO CAMPETTI SOBRINHO
O estudo da Doutrina Espírita possibilita-nos conhecer gradativamente aqueles que foram grandes colaboradores no processo de revelação do conhecimento a toda a Humanidade.

Esse estudo permite ainda que reconheçamos em Jesus o governador espiritual do planeta, o cocriador da Terra em trabalho com Deus.

O Divino e Meigo Nazareno foi o maior dos mestres do Ocidente e do Oriente em todas as épocas. E aqueles profetas, missionários, filósofos, religiosos, cientistas, homens e mulheres que se dedicaram ao bem e que vieram antes e após Ele, sem exceção, foram seus precursores e sucessores, enviados diretos para o trabalho de renovação social da morada terrestre.

O advento do Espiritismo também haveria de contar com um elenco de colaboradores altamente capacitados para apresentar a Terceira Revelação inicialmente ao Ocidente e, depois, a todo o mundo.
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A revelação espírita foi coordenada por um Espírito que se identificou a Allan Kardec como a
Verdade, manifestando o cunho da mensagem que descortinou os horizontes do mundo espiritual aos encarnados na Terra.

Mas, quem é o Espírito Verdade?

Seria uma plêiade de Espíritos superiores ou o próprio Jesus?

Essa dúvida surge ao estudioso do Espiritismo quando se comparam dois textos inseridos nas obras básicas que integram o pentateuco kardequiano. São eles: a mensagem "Advento do Espírito de Verdade", inserta em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 5, assinada pelo Espírito Verdade, Paris 1860; e a dissertação espírita, constante de O Livros dos Médiuns, capítulo XXXI, item IX, sem registro de data e cuja assinatura não foi reproduzida por Kardec, mas que o Codificador esclarece em extensa nota ter sido registrada pelo médium como sendo Jesus de Nazaré.

A explicação de Kardec para não reproduzir a assinatura é a seguinte:
Esta comunicação, obtida por um dos melhores médiuns da Sociedade Espírita de Paris, foi assinada com um nome que o respeito não nos permite reproduzir, senão sob todas as reservas, tão grande seria o insigne favor de sua autenticidade e porque dele se há muitas vezes abusado demais, em comunicações evidentemente apócrifas. Esse nome é o de Jesus de Nazaré. [...]
O Codificador não classifica a mensagem referenciada como apócrifa, pois trata do assunto a partir do item XXIX de O Livro dos Médiuns. É, portanto, uma mensagem de cunho elevado, assim considerada pelo próprio Kardec, até mesmo pelo respeito que manifesta acerca do trabalho do medianeiro e, sobretudo, pelo elevado nível da linguagem e do conteúdo apresentados no texto mediúnico.

Kardec foi muito cuidadoso, como era regra em seu perfil comportamental, fazendo sobrepujar a razão sobre todas as coisas. Explica que preferiu omitir a assinatura para que não houvesse estímulo a manifestações apócrifas com a insígnia de Jesus ou do Cristo, o que era comum acontecer.

Em zelo e honestidade de pensamento ficam evidenciados no final de sua nota explicativa, quando conclui:
Na comunicação acima apenas uma coisa reconhecemos: é a superioridade incontestável da linguagem e das idéias, deixando que cada um julgue por si mesmo se aquele de quem ela traz o nome não a renegaria.

O mais recente tradutor das obras básicas, Evandro Noleto Bezerra, acrescenta ao final da mensagem em O Livro dos Médiuns uma nota explicativa com o seguinte teor:


Com alguns acréscimos, supressões e modificações, esta mensagem do Espírito de Verdade foi inserida por Allan Kardec, no capítulo VI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que trata do advento do Consolador prometido por Jesus. Pelo estilo e elevação da linguagem, muitos a atribuem ao próprio Cristo.
Apesar de toda a cautela, Kardec selecionou para a composição de O Evangelho Segundo o Espiritismo a mesma mensagem, com pequenas variações. Observemos que esta obra (ESE, 1. ed. 1864, 3. ed. definitiva em  1866) é posterior a O Livro dos Médiuns (LM, 1. ed. 1861), o que poderia suscitar a deliberada intenção do Codificador em manter o registro das mensagens, mesmo com a identificação diferenciada de autoria. Uma assinada pelo Espírito de Verdade e outra, atribuída a Jesus de Nazaré.
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Mas, afinal, o Espírito de Verdade seria o próprio Jesus?

Todos os indícios decorrentes das digressões aqui realizadas levam a crer que sim. Todavia, diante do exposto, fica também evidenciado que esta questão não e a mais relevante, mesmo porque o próprio Kardec deixou a cada leitor que fizesse o seu juízo. O mais importante é o conteúdo da mensagem e o que dela podemos extrair para o nosso aprendizado.

Eis uma lição para todos nós, no sentido de não nos preocuparmos excessivamente com a identificação do autor espiritual, quando o mesmo deseja permanecer no anonimato. Quanto se apresenta com o nome de uma personalidade famosa, cumpre-nos averiguar se o conteúdo textual não colide com a ascendência moral do suposto autor. Assim como Kardec teve todo o cuidado de fazer, também precisamos examinar com cautela o assunto.
Por outro lado, não há porque omitirmos o nome da entidade manifestante em caso de mensagem de conteúdo elevado, quando o mesmo se identifica com algum nome. Na maioria das vezes, os Espíritos superiores adotam pseudônimos. E mesmo que seja o nome de uma personalidade, não havendo nada que se contraponha à possível autenticidade, não há motivo para que não se considere a denominação apresentada pelo autor espiritual.

No caso em exame, como na maioria de todos os que tratam de informações importantess para pessoas e grupos, como orientações e recomendações, o que importa é o teor da mensagem.

Esta é que merece ser analisada e dela extraída o oportuno conteúdo.

Recomendamos deste maneira, ao prezado leitor, ater-se à relevância das mensagens objeto de referência, atentanto sobremodo para os ensinamentos "amai-vos e instruí-vos", fulcro da sábia diretriz daquele que se autocognominou como o caminho, a verdade e a vida, e afirmou que ninguém iria ao Pai senão por Ele.
"Quando cometer um erro, não olhe para trás por muito tempo. Analise as coisas e então olhe para diante. Erros são lições de sabedoria. O passado não pode ser mudado. O futuro ainda está em seu poder.

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