quinta-feira, 12 de maio de 2011

O PENSAMENTO


O PENSAMENTO
 
Diferentemente dos orientais, nós, os representantes da chamada civilização ocidental, dificilmente nos dedicamos a aprofundamentos em torno das imensas potencialidades mentais de que dispomos.
 
A ciência acadêmica, materialista por excelência, estabelece que o pensamento é um fenômeno meramente fisiológico, decorrente da incessante atividade neuronial.
 
Em tempos idos, acreditávamos que os pensamentos que emitíamos eram de nossa exclusiva propriedade, razão pela qual permaneceriam, por assim dizer, encarcerados em nossos cérebros.
 
Entretanto, nascida em berço europeu, a Doutrina Espírita fez surgir, sobretudo pelas vias da razão, um novo conceito daquilo que reputamos como sendo o mais importante atributo do Espírito.
 
A questão 833 de O Livro dos Espíritos nos esclarece que é pelo pensamento que o homem desfruta de uma liberdade sem limites. A problemática que então se estabelece é a de não avaliarmos, com total exatidão, a verdadeira amplitude das conseqüências de nossas produções mentais.
 
André Luiz, em sua obra Mecanismos da Mediunidade, psicografada por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, nos afirma que pensar é o ato de emitir matéria mental. Assim sendo, o pensamento deixa de ter um aspecto de invisibilidade para assumir a condição de matéria em movimento. Mas... de que modo isso se processa?
 
Recorrendo novamente à primeira obra basilar do Espiritismo, verificamos que Kardec, em nota correspondente à questão 495, nos esclarece que é exatamente através do fluido cósmico (presente em todo o universo) que os corpúsculos mentais se movimentam. Por certo, não conseguimos visualizá-los  com nossos olhos grosseiros, apenas lhes sentimos os resultados, da mesma forma como divisamos claramente a luz do sol refletida na Terra, mas, nunca, a movimentação das partículas que lhe deram origem.
 
Importante ressaltar que, em virtude das ondas emitidas por sua mente, o homem se mantém enclausurado nas zonas inferiores da vida carnal, acometido por diversos males, de ordem física e psíquica, decorrentes das vibrações deletérias com as quais se ajusta.
 
Todavia, é também a partir do pensamento que todos nós, seres eternos que somos, nos candidatamos aos mais altos vôos em direção ao sublime caminho de luz que nos cumpre trilhar.
 
Ademais,  bem sabemos que toda vibração, de qualquer matiz, ao ser lançada no espaço, certamente há de influenciar tantos outros seres, encarnados e desencarnados, que, conscientemente ou não,  nutrir-se-ão das mesmas emanações, num fenômeno natural de afinização.
 
Lembremo-nos, finalmente, que a tão falada reforma íntima, que se traduz por constante renovação de atitudes, inicia-se, incontestavelmente, pela reformulação lenta e gradual de nossa vida mental.
 
(Artigo publicado originalmente no Jornal "A Senda", Vitória, Espírito Santo, em edição de Fevereiro de 2003 e reproduzido com autorização do autor)
 
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Allan Kardec, no livro
“O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”
(cap. XXVII, item 10):
 
O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma detransmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele. Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que preenche o espaço, assim como na terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do fluido universal se ampliam ao infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum ser, na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.

A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. É assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem, assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, e que as relações se estabelecem à distância entre os próprios encarnados”.

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