sexta-feira, 8 de abril de 2011

A VIDA E AS EXISTÊNCIAS



A VIDA E AS EXISTÊNCIASObservador Espiritahttp://observadorespirita.blogspot.com/2011/02/carol-bowman.html
Postado por Dalmo Duque dos Santos
 
Sempre somos questionados se é correto na concepção espírita o uso da expressão "vidas passadas", muito utilizado em língua inglesa (past life) e se esta é o equivalente para o termo "reencarnação", mais utilizado na cultura espírita.
 
Pensamos que reencarnação é uma nova experiência na carne e não uma nova vida. Voltar à carne significa uma nova existência e não uma nova consciência, uma nova individualidade. Trata-se de um recomeço existencial, uma nova consciência existencial, no sentido de renovação de experiências, que no universo simbólico das religiões e filosofias se expressa como renascimento da alma ou "ressurreição", no sentido de despertamento, quebrar o ciclo da alienação orgânica-material e acordar para a Vida.
 
Assim, pensamos nós, que as existências podem ser muitas, mas a Vida é única.
 
A fragmentação existencial das encarnações e suas variações sociais, espaciais e temporais é necessária para resgatar e repor experiências perdidas ou traumáticas.
 
Essa tem sido a grande dificuldade que muitas pessoas ainda experimentam para compreender a reencarnação, esforço que não é fácil até mesmo para mentes intelectualizadas, mas ainda espiritualmente imaturas e que precisam de "tempo" para aceitar e compreender essa realidade. Confundem consciência com existência e até se remetem aos antigos preceitos populares e deterministas da metempsicose, na qual a alma humana regride em experiências irracionais. Mesmo com o suporte das experiências científicas, que mostram evidências e provocam reflexões positivas, este é um assunto de repercussão íntima e que exige um sólido preparo emocional para suportar a dolorosa desestruturação de antigos paradigmas internos e culturais. Na processo perturbador do despertar da mediunidade de prova é que podemos mensurar o quanto é crítica e traumática essa experiência.
 
Foi também nesse sentido que Kardec se referiu aos espiritualistas ingleses e norte-americanos, sobre o conflito aceitação-rejeição desse tema na cultura racionalista anglo-saxônica.
 
No universo espírita essa concepção se desdobra para outras esferas, como por exemplo na educação, na qual podemos avaliar a nossa capacidade de compreender e medir o impacto da filosofia espírita individualmente em nossas vidas. Muitos ainda pensam que ensinar e aprender espiritismo se restringe ao aspecto existencial do intelecto e que a transformação da consciência é consequência natural. Outros, não tão simplistas, acham que tal transformação, apesar de concordarem com esse processo natural, entendem que o mesmo é complexo, dialético, e que normalmente ocorre em situações de crise espiritual. Uns preferem o ritmo da existência, protegido pelos mecanismos racionais e disfarces sociais; outros optam pela abertura emocional (sentimentos) e que dão acesso rápido ao cerne da crise ou da insatisfação do espírito encarnado. Ambos são processos graduais, porém com metodologia e epistemologia diferentes entre si. Questão de preferência e também de necessidade pessoal. Cada um no seu tempo, cada um no seu ritmo. Essa é a distinção que também fazemos entre pedagogia (existência) e andragogia (consciência) espírita.

Sem comentários:

Enviar um comentário